Uma das grandes inovações do mercado é a conta digital. Ela se assemelha uma conta-corrente bancária. No entanto, traz uma série de vantagens que fazem brilhar os olhos do cliente. Entre elas, talvez a mais atrativa seja a possibilidade de realizar transações por meios eletrônicos, livres de tarifas e com grande facilidade. Mas como funciona a conta digital? A ideia é priorizar os canais eletrônicos em detrimento do atendimento presencial. Afinal, o atendimento presencial é mais oneroso e os custos, via de regra, eram repassados ao cliente.
A maioria das contas digitais nasceram de fintechs, ou seja, startups que propõem inovações ao sistema financeiro. Dentre as principais características pode-se destacar:
- São totalmente online. Ou seja, o cliente pode fazer tudo pelo celular ou computador, via chat, e-mail ou mesmo pelo telefone.
- Ausência de agências.
- Não há caixas eletrônicos próprios. Portanto, o cliente pode efetuar saques em ATM’s mistos, tais como; Banco 24 Horas, lotéricos e o próprio varejo.
- Nada é presencial. Toda a relação com o banco, desde a abertura de conta é por meio do aplicativo ou internet.
Fintechs
O termo “fintech” tem origem na junção das palavras das palavras em inglês “financial” e “technology”. Ele denomina iniciativas comerciais que inovam os mercados financeiros por meio de plataformas online. Elas oferecem novos serviços e criando novos modelos de negócio. Podem prestar serviços de pagamentos, crédito, gestão financeira, empréstimos, financiamentos, seguros, entre outros.
No Brasil, há várias categorias de fintechs. São elas: de crédito, de pagamento, gestão financeira, empréstimo, investimento, financiamento, seguro, negociação de dívidas, câmbio, e multisserviços.
Nova Regulamentação para SCD e SEP
Em abril de 2016, o Conselho Monetário Nacional publicou a Resolução Nº 4.656. Tal resolução que dispõe sobre a sociedade de crédito direto (SCD) e a sociedade de empréstimo entre pessoas (SEP). Além disso, disciplina a realização de operações de empréstimo e de financiamento entre pessoas por meio de plataforma eletrônica. Os maiores beneficiados, portanto, pela Resolução são as fintechs. Por isso, a partir de agora, essas organizações poderão atuar como SCD e SEP. Isso significa que poderão conceder crédito com seus próprios recursos e manter contas de pagamento para os clientes.
Para operar como SCD ou SEP as fintechs devem solicitar autorização ao Banco Central. Por outro lado, o BC vai verificar a origem da respectiva movimentação financeira e dos recursos utilizados no empreendimento. Outra verificação diz respeito à compatibilidade da capacidade econômico-financeira com o porte, a natureza e o objetivo do empreendimento.
Com a regulamentação, o BC visa fomentar a inovação e o surgimento de novas empresas dentro do Sistema Financeiro Nacional. Ou seja, com isso, aumenta-se a oferta de crédito. Já os consumidores passam a contar com empréstimos com juros menores e serviços mais eficientes.
O que muda
Até a nova regulamentação, as empresas se enquadravam como correspondentes bancários e respeitavam os termos da Resolução nº. 3.954 do BC. No modelo antigo, entretanto, era necessário fazer parcerias com bancos para mediar as operações. Na prática, empresas de tecnologia do setor financeiro passam a poder conceder crédito sem intermediação de um banco. A nova norma permite eliminar intermediários reduzindo os custos da operação. Para isso, as fintechs devem estar de acordo com requisitos operacionais e prudenciais proporcionais compatíveis com o seu porte e perfil. É importante destacar que como instituições do sistema financeiro nacional, as fintechs passaram a ficar sujeitas também a intervenções das autoridades regulatórias brasileiras.
Mercado
Os primeiros a oferecer contas digitais no Brasil foram os bancos Original (grupo J&F), Neon (Banco Votorantim) e Inter. Este último era um banco convencional antes de se tornar 100% digital. Contudo, graças à nova a regulamentação dos bancos digitais, em 2016, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), empresas sem correspondentes bancários passaram a conceder crédito com seus próprios recursos e manter contas de pagamento para os clientes. E a corrida se acirrou. Surgiram novos players como PagBank do PagSeguro e o C6. O Nubank, provavelmente a mais conhecida, começou a operar em 2016, porém ainda não era um banco digital. Seu único serviço era o cartão de crédito internacional sem taxa de anuidade. Somente em 2017 a fintech passou a oferecer a NuConta, tornando-se então um banco digital.
De olho na nova concorrência, algumas instituições financeiras tradicionais passaram a oferecer mais serviços digitais com menos taxas. Alguns bancos chegaram a lançar novas marcas com vantagens semelhantes a como funciona a conta digital. O Bradesco, por exemplo, lançou o banco Next em 2017.
Fintechs X Concentração Bancária
De acordo com o Banco Central, em nosso país, cinco bancos detêm 81,2% dos ativos totais do segmento bancário comercial. São eles: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander. No entanto, a concentração começou a diminuir lentamente a partir de 2016. Na época, os cinco maiores detinham juntos 74,3% das operações de crédito no Brasil. A marca caiu para 70,9% em 2018.
Os dados são do Relatório de Economia Bancária, lançado em março deste ano. O levantamento compreende o período entre 2014 e 2018. O estudo aponta ainda que, apesar de ainda ser baixa, a representatividade das fintechs tende a crescer significativamente. Pois existe grande volume de pleitos de constituição que já estão em análise no BC.
Entre as principais conclusões do relatório, destaca-se a mudança que o setor bancário vem experimentando. Ou seja, são fatores como maior concorrência, maior oferta de produtos e serviços, inteligência artificial, open banking, novos players etc. Além disso, existem hoje canais de atendimento mais eficientes, entre outras tudo como funciona uma conta digital. Tudo isso vem fazendo do sistema bem mais competitivo e quem sai ganhando é o consumidor.
Contas digitais de máquinas de cartão
Uma variável importante das contas digitais são aquelas oferecidas a clientes adquirentes de máquinas de cartão. Elas seguem a cartilha de como funciona a conta digital. No entanto, oferecem um pacote diferenciado de serviços online, mais adequados aos objetivos de comerciantes. Os serviços variam de acordo com a empresa de meios de pagamento. Além disso, as funcionalidades como pagamentos de boletos, transferências, e consulta de saldo, essa modalidade inclui outras funções. São relatórios de vendas e simulador de taxas de transação. Algumas bandeiras disponibilizam também cartão de crédito e cartão pré-pago.
Espero que essas informações tenham clarificado melhor como funcionam as contas digitais. Afinal, meu maior objetivo aqui é trazer informações úteis sobre o mercado de meios de pagamento. Qualquer dúvida, me escreva! Terei prazer em ajudar!